PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

No controle de doenças ocupacionais provocadas pela inalação, por exemplo, de poeiras névoas, fumos, gases e vapores, o objetivo principal é minimiz ar a contaminação do local de trabalho. Isto deve ser alcançado, tanto quanto possível com medidas de controle de ventilação apropriada ou substituição de substâncias por outras menos tóxicas. Quando as medidas não são viáveis ou estão em fase de adaptação e em situação de emergência os respiradores devem ser usados.

Classificação de Riscos Respiratórios 

Os riscos respiratórios classificam-se normalmente, por:

  • Deficiência de oxigênio; 

  • Contaminação por gases, imediatamente perigosos à vida, ou não;

  • Contaminação por aerodispersóides (poeiras, fumos, etc);

  • Contaminação por gases e aerodispersóides, imediatamente perigosos à vida, ou não.

Deficiência de Oxigênio

O conteúdo normal de oxigênio no ar atmosférico é de aproximadamente 21% em volume. As concentrações de oxigênio abaixo de 18% são consideradas limitemínimo para a exposição humana, devido aos efeitos nocivos para as funções do organismo, como nos processos mentais e coordenação muscular.

Contaminação por Gases

  • Gases Imediatamente Perigosos à Vida:São contaminantes que podem estar presentes em concentrações perigosas, mesmo quando a exposição for por um período curto.
  • Gases não Imediatamente Perigosos à Vida:São contaminantes que podem ser respirados por um período curto sem que ofereçam risco de vida, porém podem causar desconforto e possivelmente danos quando respirados por um período longo ou em períodos curtos, com alta freqüência de exposição.
  • Classes de Contaminantes Gasosos: Os contaminantes gasosos são calassificados nos seguintes grupos:
  1. Quimicamente inertes: não são metabolizados pelo organismo Ex: nitrogênio, hélio, argônio, neônio, dióxido de carbon;
  2. Ácidos: podem causar irritações no sistema respiratório e provocar o aparecimento de edemas pulmonares, exemplos: dióxido de enxofre, gás sulfídrico, ácido clorídrico;
  3. Alcalinos: podem causar irritações no sistema respiratório e provocar o aparecimento de edemas pulmonares, exemplos: amônia e aminas;
  4. Orgânicos: podem existir como gases ou vapores de composto líquido orgânico, exemplos: acetona, cloreto de vinila, etc;
  5. Organometálicos: compostos metálicos combinados a grupos orgânicos. Ex: chumbo tetraetila e fósforo orgânico.

Ação sobre o Organismo

Os gases e vapores podem ser classificados segundo a sua ação sobre o organismo:

  • Irritantes: produzem inflamação nos tecidos em contato direto com: pele, olhos, via respiratória. Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica;
  • Anestésicos: a maioria dos solventes pertence a este grupo; uma propriedade comum a todos eles é o efeito anestésico, devido à ação depressiva sobre o sistema nervoso central, os quais podem provocar perda da sensibilidade, inconsciência e a morte. Ex: clorofórmio e éter;
  • Asfixiantes: nitrogênio, monóxido de carbono;
  • Venenos sistêmicos: podem causar danos aos órgãos e sistemas vitais do corpo humano. Ex.: vapores metálicos de mercúrio, arsênio, etc.

Aerodispersóides

Segundo suas propriedades físicas, os aerodispersóides são classificados em:

  • Névoas ou neblinas: partículas líquidas em suspensão no ar, com dimensões que variam entre 5 a 100 μm;
  • Fumos: partículas sólidas de origem orgânica, são encontradas em dimensões entre 0,01 a 0,3 μm;
  • Poeiras: partículas sólidas geradas mecanicamente por manuseio, moagem, raspagem, esmerilhamento, etc. As poeiras com partículas entre 0,5 a 10 μm são as mais perigosas;
  • Vapores metálicos: partículas sólidas condensadas. São encontradas em dimensões de 0,1 a 1 μm;
  • Organismos vivos: bactérias em suspensão no ar, com dimensões de 0,001 a 15 μm.

Perigos das Partículas

A dimensão da partícula é um fator de importância fundamental para seus efeitos nocivos à saúde. As partículas menores de 10 μm de diâmetro podem penetrar no sistema respiratório com maior facilidade, e as partículas menores de 5 μm de diâmetro são críticas porque atingem os pulmões.

Quanto a sua toxicidade as partículas menores que 5 μm podem ser:

  • Partículas tóxicas: podem passar dos pulmões para a corrente sangüínea e ser transportadas para diferentes partes do corpo, onde vão exercer ação nociva à saúde (irritação química, envenenamento sistêmico, tumores, etc) Ex: antimônio, arsênio, cádmio, ácido fosfórico, fósforo, ácido crômico, etc;
  • Poeiras causadoras de fibroses ou pneumoconioses: que não são absorvidas pela corrente sangüínea, permanecem nos pulmões podendo causar lesões sérias neste órgão. Ex: asbesto, carvão, bauxita, sílica livre, etc;
  • Partículas não tóxicas: chamadas também de poeiras não agressivas, não causam fibroses, podem ser dissolvidas e passar diretamente para a corrente sangüínea ou podem permanecer nos pulmões, sem causar efeitos nocivos locais ou sistêmicos. Ex: algodão, lã, farinhas, poeiras de couro, pó de madeira, etc.

Nota: altas concentrações destes aerodispersóides devem ser considerados sempre com muita atenção.

Veja nos links abaixo, mais detalhes da Proteção Respiratória:

 

Referência bibliográfica:

SCHNEIDER, R.P.; GAMBA, R.C.; PERES, B.M.; ALBERTINI, L.B. Manuseio de Produtos Químicos. Capítulo 4: Equipamentos de Proteção Individual e Sistemas de Proteção Contra a Exposição a Produtos Tóxicos. São Paulo: ICBII USP, 2011. 38 p. Protocolo da Rede PROSAB Microbiologia. Área: Métodos Básicos.

© 2020 Universidade Federal de Viçosa - Todos os Direitos Reservados